quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Sem título.

Você me constrange, com este seu olhar simplório, sempre acompanhado das mais cortantes e destrutivas palavras, deixando-me cada vez com mais certeza. Ora com certeza de uma coisa ora com certeza de seu oposto. Tantas certezas que aquietam a minha coragem, despertam a minha confusão e destroem o meu ser.
A perpétua dúvida que tenho, acredite, não é fácil de segurar. Mas cada vez que olho em seus olhos, escuto sua respiração ou decifro suas palavras sobre qualquer coisa, a coragem que à pouco tinha se esvai e dá lugar a tamanha insegurança que faz parecer o convivio com qualquer dúvida um mar de rosas. Um mar no qual, a cada dia que passa, me afundo mais, mais e mais.
Como dizia um antigo poema:
"Seus olhos, tão negros, tão belos, tão puros
Tem meiga expressão.
Mais doce que o nauta de noite cantando,
Mais doce que a frauta quebrando a solidão."
Tu, oh grandiosa constrangedora, a cada minuto que passa, deixa-me mais e mais sem reação, acobertado por um pânico profundo, por uma cálida sensação de que tudo dará errado. Porém, quase que simultaneamente, transparece a ideia de que tudo dará certo. É algo estranho, inexplicável, algo que até hoje só você me propôs. E ao mesmo tempo em que está próxima, está distante, pois quanto mais de ti aproximo-me, menos consigo falar, e quanto menos falo menos expresso, perdendo de uma vez por todas toda e qualquer chance que poderia ter de enterrar esta dúvida, para um dia voltar aqui neste blog e dizer: "Aqui jaz a dúvida que um dia pareceu perpétua". Porque se de fato não fores eterna, uma dia ela há de se acabar.

3 comentários:

Henri disse...

Ah...L'amour!

Isah disse...

"Ah...L'amour!"[2]

*.*

Unknown disse...

(L)
Logao abaixo da vegetariana...
=)
Saudade de tu ...
(L)